Somos dois bichinhos assustados. Um ciúme que corrói e nos deixa inseguros. Um medo danado de perder o outro de vista. Um amor que só cresce e ainda não sabe bem como vai florescer. Ele nos tomou de assalto, nos levou feito vendaval e nos deixou desnorteados.
Não era essa a ideia. Mas acontece que ele é maior do que a gente, nos atravessa e não há meios de tirá-lo do caminho. Você vem até buscando subterfúgios e motivos para se convencer de que isso não é real, apenas ilusão passageira. Teima em não aceitar o inevitável, o amor que se instalou e vem, dia a dia, fincando suas raízes e nos mostrando que não há para onde ir senão para dentro de nós.
Também tenho teimado, eu sei. Confesso que andei caçando razões na tentativa de expulsar de mim todo e qualquer rastro desse amor. Não funcionou e, de repente, me vi cansada de brigar com ele. Desisti, perdi mesmo. Resolvi andar de mãos dadas e ver para onde ele irá me guiar.
E se você me permite um conselho: pare de gastar energia tentando se livrar dele. Ao invés disso, dê a esse amor colo e um espaço no seu peito para que possa, enfim, se aninhar.
Esse amor é coisa da antiga e veio reclamar o seu lugar de volta. Nos resta abrir as portas e convidá-lo para acomodar-se bem no meio de nós dois.
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