Há um lugar, há sempre um lugar. Mas que lugar, afinal, é esse?
Esse lugar às vezes se faz de gente grande, mas ele é só um adolescente passageiro. Cheio de adrenalina correndo pelas veias brincando de esconde por aí.
Ele brinca de morar na Lua. Faz de tudo canção e poesia. É bonito de se viver.
Mas num esquece não que saindo do mundo da Lua, ele precisa virar gente grande.
Os dias lá fora não perdoam. São bonitos também e eles estão em vantagem e sempre estarão. E sabe por que, meu bem? Porque eles sim são de verdade. Eles se nutrem da vida, do dia a dia e das pequenas grandes coisas.
São treta também, mas são reais. E quanto a isso não há o que argumentar.
A paixão às vezes te prega peças, mas há ainda algo mais traiçoeiro: o ciúme.
Eu até diria que ele tira a paz, mas a real mesmo é que o maior perigo é a vaidade.
Ela te enlaça numa rede que embaça a vista. Que faz parecer que você é de verdade. Mas você não é. Não para este lugar, o real.
Me prometa que não fará mais juras de um lugar que não lhe cabe, que não é, e não será seu porque ele já tem dono. Não queria nada que não te pertença.
Me prometa também que não vai se espremer para caber nas fantasias alheias.
Viva sim, as suas fantasias, mas não se esqueça que elas ocupam poucos metros quadrados e tem as horas contadas.
Você também tem a sua casa. Não se esqueça que ela é o que importa. E nela sim cabem todos os seus sonhos e anseios. Ela não se apequena, ela te engrandece. Essa casa é mais do que sua, ela é você e precisa de cuidados. Não a abandone.
Comments